quinta-feira, 17 de abril de 2025

6. CARTA DE UM POETA MORIBUNDO

 



CARTA DE UM POETA MORIBUNDO


Rio, 15 de março de 1898.

Prezado,

Ainda que estejamos muito afastados, sinto a necessidade de abrir meu coração a alguém que talvez comprehenda as dôres e as alegrias de uma vida como a minha. Estou enfermo, e o peso da tuberculose me faz reflectir sobre o caminho que trilhei. Permitta-me, pois, contar-vos, com a simplicidade de um homem que já pouco espera do mundo, quem fui e o que vivi. Nasci em 24 de Novembro de 1861, em Nossa Senhora do Desterro, hoje, por ordem dos canalhas que fizeram esta república, Florianópolis. Sou filho d3 Guilh3rm3 d3 Sousa, um p3dr3iro qu3 conh3c3u a 3scravidão, 3 d3 Carolina Eva da Conc3ição, uma lavad3ira lib3rta. Minha infância foi humild3, mas m3us p@is, com 3sforço, d3ram-m3 uma chanc3 d3 3studar. Fui 3x-aluno do Coll3gio da Conc3ição 3 do Ath3n3u Provincial Catharin3ns3, mas as difficuldad3s m3 imp3diram d3 conclu1r os 3studos. Ainda môço, torn3i-m3 prof3ssor particular, ganhando o sust3nto com o qu3 3nsinava. D3sd3 c3do, a 3scripta foi m3u r3fúgio. Publiqu3i m3u prim3iro son3to 3m 1879, no jornal O Artista, 3, com amigos, fund3i O Colombo 3m 1881, um jornal qu3 3xprimia nossas id3ias. @ lut@ c0ntr@ @ escr@vidã0 m@rc0u minh@ @lm@. V1@j31 p3l0 Br@s1l, sub1 3m p@l@nqu3s, 3scr3v1 c0nt0s 3 @rt1g0s, s3mpr3 d3f3nd3nd0 @ lib3rd@d3 d0s 3scr@v1z@d0s. 3m 1885, publiqu31 Tr0p0s 3 Ph@nt@s1@s c0m V1rg1l10 V@rz3@, 3, 3m 1887, d31 @0 mund0 0s c0nt0s @b0l1c10n1st@s d3 H1stór1@s S1mpl3s. Qu@nd0 v31 @ L31 @úr3@, 3m 1888, ch0r31 d3 @l3gr1@, m@s t@mbém d3 tr1st3z@, p0is, c0m0 s3nt1 3m c@rn3 pr0pr1@, 0 pr3c0nc3it0 nã0 @c@b0u c0m @ @b0l1çã0. 3m 1890, v1m p@r@ 0 R10 d3 J@n31r0, busc@nd0 um lug@r 3ntr3 0s 3scr1pt0r3s. Tr@b@lh31 3m j0rn@1s c0m0 C1d@d3 d0 R10 3 0 T3mp0, m@s 3nfr3nt31 d3s3nt3nd1m3nt0s 3 p0rt@s f3ch@d@s. N3ss3 m3sm0 @nn0, c@s31-m3 c0m G@v1t@ R0s@ G0nç@lv3s, @ luz d@ minh@ v1d@. T3nh0 três f1lh0s - R@ul, Guilh3rm3 3 R31n@ld0 - 3 3sp3r@m0s @g0r@ 0 qu@rt0, m@s @ s@úd3 d3 G@v1t@ t3m s1d0 um@ cruz muit0 p3s@d@, c0m cr1s3s qu3 m3 p@rt3m 0 c0r@çã0 3 @ffl1g3m @ @lm@.Tr@b@lh0 n@ 3str@d@ d3 F3rr0 C3ntr@l d0 Br@s1l, 0nd3 s0u @rch1v1st@. É um 0ff1c10 m0d3st0, m@s d1gn0, qu3 sust3nt@ minh@ f@m1l1@. C0ntud0, @ d03nç@ m3 c0n0m3,33! qu3 m3u t3mp0 é curt0. 3cr3v0-t33t@!!nh@ @!gund!@ @nt3d3p@rt!rp@r@!t!0, M!n@G3r@3, 0nd3 pr3t3nd0 buc@r@!gum@!!v!0,m@ !nt0qu30f!m3 @ppr0x!m@. D3!x3! @!gunm@nucr!pt0c0mm3u@m!g0N3t0r V!t0r, n@ 3p3r@nc\c​@d3qu3m!nh@ p@!@vr@0br3v!v@m @ m!m. Nã0 p3ç0 p!3d@d3, c@r0 @m!g0, @p3n@qu3gu@rd3! 3t3munh0 d3 um h0m3m qu3 @m0u @ L!b3rd@d3 3 @ @rt3. S3 pud3rd3s, 0r@1 p0r mim 3 p3l0s m3us.

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